O CineEco mantém uma relação de memória com o cinema português através da programação de clássicos. Nesta edição, o festival vai exibir, em dupla sessão, dois filmes recentemente digitalizados pela Cinemateca Portuguesa – “Trás-os-Montes” e “Cerromaior”.
“Ecos da montanha e da planície” permite rever e interpretar obras singulares do cinema português no modo como olham dois grandes e amplos territórios, Trás-os-Montes e Alentejo que ainda hoje preservam uma forte identidade, ambiental, rural e social, que merece ser valorizada perante novos problemas, desafios e oportunidades.
Esta dupla sessão permite, ainda, celebrar os 50 anos do 25 de abril de 1974 através de duas produções cinematográficas rodadas, produzidas e estreadas em plena democracia.
CineEco continues its retrospective of Portuguese cinema through the programming of classics. This year, the festival includes a double session of two films recently digitalised by the Cinemateca Portuguesa: Trás-os-Montes and Cerromaior.
“Ecos da montanha e da planície” enable viewers to rewatch and interpret singular works of Portuguese cinema in the way they look at two large and ample regions, Trás-os-Montes and the Alentejo, which still today preserve a strong environmental, rural and social identity that should be nurtured in the face of new problems, challenges and opportunities.
This double session also serves as a celebration of the 50-year anniversary since the 25 April 1974 revolution, through two films shot, produced and premiered in a full democracy.
“Cerromaior”
Após uma tentativa frustrada de evasão, um adolescente é reconduzido ao abúlico seio da família, dominante numa povoação alentejana onde a tradicional exploração dos trabalhadores agrícolas é, nesses anos de 1930, em que escassos ecos de liberdade chegam, pela rádio, da Guerra Civil espanhola, representada por um primo arrogante e prepotente, símbolo e esteio do poder fascista que se consolida. O percurso do jovem afirmar-se-á entre sombras e fantasmas, conformismo e preconceito, demência e suicídio, raiva e confrontação – assinalando o seu contacto com outros que se sacrificam, adiam ou não vergam –, até um encontro consigo mesmo e a esperança de novos horizontes.
After a frustrated attempt to escape, an adolescent is reunited with his indolent family that dominates an Alentejo village by exploiting agricultural workers in a situation that was commonplace at that time, in the 1930s, when freedom was a distant dream hinted at by radio news of the Spanish civil war. The family’s torpor is represented by an arrogant and overpowering cousin, a symbol and a pillar of the consolidated fascist supremacy. The youngster’s trajectory is a journey amongst shadows and ghosts, conformity and prejudice, lunacy and suicide, rage and confrontation – seeking contact with others who sacrifice themselves, struggle on and do not wilt – until finding himself and hope for new horizons.
» A sessão contará com a presença do realizador Luís Filipe Rocha.
» The session will be attended by director Luís Filipe Rocha.
Cópia digitalizada e restaurada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. Medida integrada no programa Next Generation EU.
Copy digitised and restored by Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, as part of the Recovery and Resilience Plan. Measure part of the Next Generation EU programme.